CHAZIT HANOAR

Após alguns anos como agrupação juvenil da sinagoga NCI em Montevideo, em meados dos anos 50 surgia a ideia de transformar aquela reunião de jovens em um movimento juvenil continental latino americano com o nome: Jazit Hanoar. Em 1956 as comunidades judaicas latino americanas de origem centro-europeia, reunidas em Montevideo fundaram uma organização denominada CENTRA, com a responsabilidade de administrar um fundo de reparação econômica dado pela Alemanha, destinado a criação de centros juvenis judaicos. A primeira mudança importante para a criação de uma estrutura continental foi um seminário, realizado em Piriápolis, entre 15 e 26 de fevereiro de 1959, com a participação de 37 jovens, representando centros juvenis de Buenos Aires, Rio de Janeiro, Santiago, Valdivia e Montevidéu.

Em 1958/59, em São Paulo, começa a amadurecer a ideia, até então formada exclusivamente pelo Setor “A” (escoteiros e bandeirantes), de que haveria de se estruturar a juventude não somente nos moldes até então existentes na comunidade CIP. Com a orientação de David e Sima Sztulman (Z’’L) e a participação de jovens de 14 a 18 anos, formou-se o chamado Setor “B”, ainda com direção provisória – Grêmio Juvenil Educativo, integrado no Departamento de Juventude da CIP. O chamado Setor “B” funcionou durante os primeiros seis meses (1959) como um grêmio de atividades gerais, mas após um certo amadurecimento de seus dirigentes, tornou-se claro que não havia possibilidade para a realização de atividades entre 120 jovens, sem organizar os menores em grupos. Assim, a nova diretoria resolveu proceder à divisão, sendo essa feita na base de idades e de centro comum de interesses, por exemplo, jovens que já estudaram juntos em Campos de Estudos ou Ensino Religioso.

Em 1960/61, o Setor “B” sofreu uma nítida transformação, passando de um grêmio de atividades gerais para um movimento juvenil educativo judaico, adotando o nome de “Lehava”. Nesta época é feito um seminário nacional em Campos do Jordão, com participantes de São Paulo, Rio de Janeiro (jovens da ARI), Rio Grande do Sul (jovens da Sibra), com o intuito de filiarem-se a um movimento juvenil sionista apartidário, das diversas comunidades de origem centro-europeia da América do Sul (CENTRA). Já na Argentina, Uruguai e Chile existia a “Jazit Hanoar”. Agora no Brasil, após longos e acalorados debates sobre sua filiação, simbologia, linha ideológica e modo de atuação, cria-se a Chazit Hanoar.

Uma Mazkirut Central – Secretaria Central Nacional – é criada com centro em São Paulo.

Atualmente a Chazit Hanoar São Paulo conta com 200 chaverim e realiza suas atividades todos os sábados na casa da juventude, em frente a CIP. Também são realizadas duas machanot por anos (kaitz e choref) e seminários para madrichim. Os chaverim fazem atividades em conjunto com a kehilá CIP, mas ainda mantém sua independência. Nos últimos anos a Chazit vem crescendo tanto em número de chanichim quanto em discussões educativas, sempre buscando uma educação judaica relevante para os jovens da comunidade.

Ainda é muito presente a ideia, que começou nos anos 60, de passar 1 ano em Israel no programa Shnat Hachshará, que conta com uma extensa vivência no Machon Le’Madrichim Chutz La’Aretz para que os Bogrim Shnat voltem capacitados para sempre trazer uma educação judaico-sionista condizente com a realidade.

A Chazit atualmente possui 4 snifim (sedes) nas cidades de São Paulo, Rio de Janeiro, Porto Alegre e Montevidéu que atuam de modo coordenado e unificado. São realizados encontros de chanichim e madrichim ao longo do ano, com processos educativos que buscam o crescimento e reciclagem da tnuá em diversos âmbitos. Os madrichim da Chazit buscam dar continuidade ao processo que foi iniciado há mais de meio século que objetiva a formação de jovens judeus e sionistas conscientes e críticos de sua identidade.

Através da educação não formal, do jovem para o jovem, a tradição é transmitida de geração em geração. Obviamente, cada grupo de peilim deixa a sua marca e transforma um pouco do que é a tnuá, mas as bases ideológicas se mantém vivas até os dias de hoje.

“A Chazit na minha vida é a paixão, faz parte de mim. Foi onde eu sai da minha bolha e comecei a fazer amizades realmente duradouras. A Chazit é minha segunda casa, é o meu lugar para refletir, para aprender e para me expressar. Onde eu aprendo coisas sobre judaísmo e sobre as ocorrências da nossa sociedade atual e como isso reflete em mim.” – Marina Kempenich – Chanichá de Ofakim, Kvutzá Shnat 2023

“A Chazit mudou a maneira com que enxergo o mundo! Me deu ferramentas para construir o meu pensamento, sempre buscando o diálogo e o entendimento. E com certeza, ter passado 1 ano em Israel me deu ainda mais bases para a construção da minha identidade judaica e sionista!” – Bruno Abramowicz Goldstein – Mazkir da Chazit em 2019, Kvutzá Shnat 2018

 

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Mostra itinerante - As tnuot na Shoá

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Até o último suspiro

Movimentos Juvenis Sionistas na Shoá