O Movimento Judaico Sionista Religioso Bnei Akiva foi fundado em 1929 em Jerusalém, Israel. Considerado o maior movimento sionista religioso do mundo, o Bnei Akiva conta com 125.000 mil membros em mais de 375 sedes espalhadas ao redor de mais de 42 países.
O Bnei Akiva representa um dos braços da juventude do Movimento Mizrachi – fundado em 1902 na Conferência Mundial do Sionismo Religioso em Vilnius, na Lituânia. O principal antecessor do Bnei Akiva é a antiga Hashomer Hadati – movimento de jovens judeus poloneses que sonhavam com o judaísmo ortodoxo na terra de Israel, mas que teve seu término devido à Segunda Guerra Mundial. Dado isso, não por acaso o primeiro snif (sede) do movimento fora de Israel tenha sido na Polônia.
Os principais lemas do Bnei Akiva são ‘Torá e Avodá’ e ‘ Am Israel, BeEretz Israel, Al pi Torat Israel’ (Povo de Israel, na Terra de Israel, com a Torá de Israel). Em Israel o Bnei Akiva não representa apenas um movimento, ele compõe um estilo de vida e faz parte do dia-a-dia de todos os seus seguidores. O Bnei Akiva possui o maior número de Yeshivot e Midrachot de norte ao sul do país, Kibbuztim, Yeshuvim, bases nas Forças de Defesa e até partidos dentro do Parlamento israelense como é o caso do partido ‘Habait Hayehudi’ (A casa Judaíca).
O nome Bnei Akiva faz referência à um dos grandes sábios dentro da história judaica, Rabbi Akiva. Bnei Akiva significa então ‘filhos de Akiva’. Rabbi Akiva, tem uma história de superação e redenção dentro da vida judaica. Começou a estudar Torá e Mishná com seus 40 anos de idade e acabou se tornando um grande líder hassídico dentro do judaísmo ortodoxo. Rabbi Akiva representa esperança dentro e fora da Terra de Israel. O símbolo do movimento (Shemel) é compostos pelas tábuas da lei com as letras ‘ת ‘e ‘ע ‘que representam um dos motores do movimento ‘Torá VeAvodá’.
A folha de olívia – que representa a paz dentro e fora do Estado de Israel e nas comunidade judaicas ao redor do mundo, o trigo – traz a memória das sete espécies da Terra de Israel e assim como a sua cultura agrícola, a foice e o garfo – que representam o trabalho na terra e o crescimento do Estado, os Kibbuztim e para finalizar é envolto com uma faixa azul escrito o nome do movimento ‘Bnei Akiva’, como unificador de todos os segmentos. O hino do movimento ‘Yad Achim’ (Mãos Dadas) foi escrito em Sucot de 1932, pelo Rav Moshe Tzvi Neriah, que representa direta ou indiretamente os ideias, simbologias e missões do movimento.
Os ideais do movimento chegaram no Brasil em 1949 quando instalou-se o primeiro snif na cidade de São Paulo, mais tarde indo para as cidades do Rio de Janeiro e Belém do Pará (2004).
Atualmente, o Bnei Akiva no Brasil apresenta 5 snifim (sede das atividades): 2 em São Paulo – Higienópolis e Jardins, 2 no Rio de Janeiro – Tijuca e Copacabana, e 1 em Belém.
A inauguração do movimento em 1949, teve sede na Bnai Brit em São Paulo, com presença ilustre dos líderes comunitários: Shimshon Feffer, Frederico Eigner, Wolfgang Stern, Rav Grunwald e Moshe Dzialowsky.
As atividades do Bnei Akiva em São Paulo, Rio de Janeiro são semanais e aos sábados, com atividades para crianças de 7 até 12 anos (Chevrá Alef ) e de 13 até 15 anos (Chevrá Beit), havendo dois acampamentos por ano – ‘Kaitz’ (verão) e ‘Choref’ (inverno) e apenas um acampamento por ano no snif de Belém.
As kvutzot de Chevrá Alef são dividas em Zraym (6 – 7 anos) – sementes, Nevatim (8- 9 anos) – colheita e Maalot ( 11- 12 anos) – subida. As kvutzot de Chevra Beit são dividas entre Maapilim (13 anos) – judeus imigrantes que entravam ilegalmente na antiga Palestina, Haroé (14 anos) – local da primeira Yeshiva do Bnei Akiva – Kfar Haroé e Shevet Hadrachá ( 15 anos) – nome dado pelo World Bnei Akiva e válido para todos os integrantes da kvutza no ano ao redor do mundo.
Os nomes de Shevet Hadrachá já foram: Dorot (Gerações, 2019), Hineni (Cá estou eu, 2018), Orot (Luzes, 2017), Morashá (Legado, 2017), Tzion (Jerusalém, 2016), Avichai (Pai vivo, 2015) e assim por diante.
A estrutura do Bnei Akiva funciona de maneira rotativa e semestral, podendo todos os integrantes da Tzevet (grupo de madrichim) se candidatarem para quaisquer cargos dentro da Hanalá (diretoria), sendo eles: Propaganda, Eventos, Chinuch (educação), Machané, Chutz (relações externas). O Bnei Akiva, possui atualmente, o Amlat, programa de Shnat Hachshará para a América do Sul. Dentro do programa os integrantes passam em torno de 10 meses em um programa judaico e ortodoxo na Terra de Israel contemplando os programas; Yeshiva/ Midrachá, Maguen David Adom, Marva, Kibbutz e Machon.
“Quando alguém me pergunta o que é ser judeu ou o que significa, a primeira coisa que me vem em mente é o Bnei Akiva. Para mim, Bnei Akiva não é só um movimento juvenil qualquer e sim um modo de vida, com Torá e Avodá em Israel.
Esse sim é o meu futuro. Tenho a função de passar essa ideologia para os meus chanichim para que um dia eles também pensem assim, fazendo com que as futuras gerações possam estar com os mesmos ideais em Israel prontos para a redenção.”
Shlomo Trajber, madrich do Bnei Akiva – São Paulo